A versão americana do TikTok continuará usando o algoritmo original da ByteDance, desenvolvido na China, mesmo que a operação do app seja vendida para investidores dos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo Financial Times nesta terça-feira (16).
Com o prazo para definir o futuro da rede social no país chegando ao fim, autoridades americanas e chinesas parecem estar próximas de um acordo que permitirá que o app siga funcionando normalmente. Mas há uma condição: o algoritmo — considerado o “coração” do TikTok — deverá permanecer, ainda que sob licença para os novos operadores.
Por que o algoritmo é polêmico?
O algoritmo do TikTok é responsável por recomendar vídeos com base em dados pessoais, como localização, interesses e hábitos de navegação. Para autoridades dos EUA, esse processo levanta riscos de segurança, já que existe a suspeita de que informações sejam compartilhadas com o governo chinês.
Esse é o principal motivo da pressão em torno da venda da operação americana da plataforma. Havia expectativa de que um novo algoritmo, totalmente independente, fosse criado, mas o acordo em negociação prevê apenas o licenciamento da tecnologia atual.
Segundo Wang Jingtao, vice-chefe do órgão regulador de internet da China, a negociação inclui o uso do algoritmo e de outras propriedades intelectuais da ByteDance. Já o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que o aplicativo manterá “características chinesas”, mas com controle total dos novos investidores.
Quem vai assumir o TikTok nos EUA?
As conversas entre autoridades americanas e chinesas teriam avançado em uma reunião em Madri, no dia 15. O acordo envolve apenas a operação do TikTok nos Estados Unidos, sem afetar sua presença em outros países.
Embora os nomes das empresas participantes não tenham sido oficialmente divulgados, a Oracle aparece entre as candidatas, segundo a CBS. Outras companhias, como a Perplexity, também demonstraram interesse no passado, mas as propostas não evoluíram.
O prazo final para definir o destino do TikTok nos EUA termina nesta quarta-feira (17). Caso não haja consenso, existe a possibilidade de o governo de Donald Trump estender novamente o limite, para evitar uma suspensão temporária da plataforma no país.