Ataques Cibernéticos continuam a assolar instituições publicas

Após três meses do ataque cibernético ao sistema da Biblioteca Britânica e ao Museu de História Natural de Berlim, em outubro de 2023, os danos ainda persistem, e os desafios para restaurar os sistemas e proteger contra futuros ataques são significativos.

O grupo de hackers Rhysida foi responsável por invadir os sistemas da Biblioteca Britânica, tornando-os inacessíveis e exigindo um resgate em dinheiro, que a instituição se recusou a pagar. Posteriormente, meio milhão de documentos e arquivos confidenciais foram listados para leilão na dark web. Enquanto isso, no Museu de História Natural de Berlim, uma investigação está em andamento, e as visitas presenciais continuam.

Esses incidentes refletem uma tendência crescente de ataques cibernéticos direcionados a universidades, museus e bibliotecas. Uma pesquisa revelou que houve 58 ataques cibernéticos a instituições de conhecimento entre 1988 e 2022, com uma escalada na frequência a partir de 2015.

Os motivos por trás desses ataques estão ligados à natureza dos dados mantidos por essas instituições, muitas vezes relacionados a pesquisas e investigações. A facilidade com que esses sistemas podem ser acessados diariamente, juntamente com a falta de monitoramento adequado dos usuários e das vulnerabilidades de segurança, contribui para a vulnerabilidade.

Além disso, a questão do sigilo nas investigações e quem arca com os custos do ataque são pontos de preocupação. No caso da Biblioteca Britânica, que é financiada pelo governo, o resgate não foi pago, mas os custos de reparo podem chegar a milhões de libras. A falta de clareza sobre o apoio do governo para cobrir esses custos tem gerado indignação entre os bibliotecários e levantado questões sobre a responsabilidade das autoridades públicas em proteger essas instituições.

O artigo da Nature destaca a importância da colaboração entre a comunidade de segurança informática e os responsáveis pelas investigações para prevenir e lidar com ataques futuros. A transparência e o compartilhamento de informações são fundamentais para proteger essas instituições vitais para o conhecimento e a cultura.