Steam remove Jogo Contaminado com Malware: Entenda o caso PirateFi

Na semana passada, a Valve removeu um jogo de sua loja online Steam após a descoberta de que o produto estava contaminado com malware. O jogo, chamado PirateFi, foi analisado por pesquisadores de segurança que identificaram um software malicioso embutido na tentativa de enganar os jogadores e instalar um infostealer chamado Vidar.

Como o Malware Foi Descoberto?

Marius Genheimer, pesquisador da SECUINFRA Falcon Team, explicou ao TechCrunch que os servidores de comando e controle associados ao malware indicam que o PirateFi pode ter sido apenas uma das várias estratégias para disseminar o Vidar em larga escala.

“É altamente provável que nunca tenha sido um jogo legítimo, mas sim um título criado para distribuir malware desde o início”, disse Genheimer.

Os pesquisadores descobriram que o PirateFi foi desenvolvido a partir do Easy Survival RPG, uma plataforma para criação de jogos que custa entre US$ 399 e US$ 1.099 para licenciamento. Isso permitiu que os hackers criassem um jogo funcional sem grande esforço, mascarando a ameaça de forma eficiente.

O Que o Malware Vidar Pode Roubar?

O Vidar é um infostealer capaz de extrair diversos tipos de informações dos computadores infectados, incluindo:

  • Senhas armazenadas nos navegadores;
  • Cookies de sessão, permitindo login em contas sem necessidade de senha;
  • Histórico de navegação;
  • Dados de carteiras de criptomoedas;
  • Capturas de tela do sistema infectado;
  • Códigos de autenticação de dois fatores gerados por aplicativos de segurança.

Desde sua descoberta em 2018, o Vidar tem sido usado em diversas campanhas de hacking, incluindo ataques para roubo de credenciais de hotéis no Booking.com, disseminação de ransomware e até injeção de anúncios maliciosos nos resultados de busca do Google. Em 2024, o Health Sector Cybersecurity Coordination Center (HC3) classificou o Vidar como um dos infostealers mais bem-sucedidos em circulação.

Difícil Identificação dos Responsáveis

O Vidar é distribuído no modelo malware-as-a-service, tornando sua autoria difícil de rastrear, já que qualquer hacker pode adquiri-lo e utilizá-lo sem grande conhecimento técnico.

Os pesquisadores identificaram três amostras do malware associadas ao PirateFi: uma encontrada no repositório VirusTotal, aparentemente carregada por um jogador na Rússia; outra listada no SteamDB; e uma terceira presente em um banco de dados de inteligência de ameaças.

Reação da Valve e Mistério Sobre os Criadores do PirateFi

A Valve não respondeu aos pedidos de comentário do TechCrunch. Já a empresa Seaworth Interactive, supostos desenvolvedores do PirateFi, não possui presença online visível. A conta oficial do jogo na plataforma X (antigo Twitter) foi removida logo após a descoberta do malware.

Com a crescente sofisticação dos ataques cibernéticos, os jogadores devem redobrar a atenção ao baixar novos jogos, especialmente de desenvolvedores pouco conhecidos. O caso do PirateFi reforça a importância de plataformas como a Steam realizarem monitoramento rigoroso para garantir a segurança dos usuários.