Flipper Zero pode acumular R$ 380 milhões em vendas esse ano

O Flipper Zero, um dispositivo utilizado em pesquisas de hardware e cibersegurança, além de ser conhecido por facilitar ataques cibernéticos, está enfrentando uma alta demanda. De acordo com dados divulgados pela empresa fabricante na segunda-feira (26), estima-se que ele alcance vendas de pelo menos US$ 80 milhões somente este ano.

Dessa quantia, cerca de US$ 5 milhões (R$ 23,8 milhões) foram obtidos durante a pré-venda do produto na plataforma Kickstarter. Além disso, a marca russa teria vendido US$ 25 milhões (R$ 119 milhões) em unidades no ano passado.

Com um design simples e tamanho compacto, o dispositivo foi desenvolvido com ferramentas de código aberto para realizar testes de protocolos de hardware, rádio e sistemas de controle de acesso, entre outras funcionalidades. Ele permite verificar a eficácia da segurança nessas plataformas, auxiliando na identificação de bugs e vulnerabilidades.

No entanto, devido às suas características e facilidade de uso, o Flipper Zero também pode ser utilizado para atividades ilícitas, o que tem levantado preocupações por parte das autoridades internacionais. Isso levou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a apreender remessas do dispositivo que chegaram ao Brasil, devido à falta de homologação.

Para que serve o Flipper Zero? Segundo a Flipper Devices, fabricante do dispositivo de hacking russo, ele é uma “ferramenta múltipla portátil gamificada” destinada a profissionais de pesquisa, caçadores de bugs, curiosos e estudantes interessados em cibersegurança.

Com o Flipper Zero, os usuários podem testar a segurança de diversos dispositivos que possuem comunicação sem fio, como os compatíveis com Bluetooth, Identificação por Rádiofrequência (RFID), NFC e outros. O objetivo é realizar testes de penetração para identificar vulnerabilidades em redes.

Aproveitando os sinais de rádio, infravermelho e outras tecnologias, ele é capaz de executar tarefas como abrir fechaduras digitais, copiar dados de cartões de pagamento e crachás, clonar controles de portões de garagens, destrancar portas de carros, ligar e desligar aparelhos eletrônicos, entre outras atividades. Essas características chamam a atenção para a possibilidade de usos maliciosos.

Segundo o TechCrunch, pessoas com algum conhecimento podem realizar atividades relativamente simples, como abrir portões de garagem e acionar elevadores, demonstrando a falta de segurança que nos cerca. O dispositivo está disponível na plataforma de financiamento coletivo por preços a partir de US$ 119 (R$ 567).