Falha “Brash” no Chromium faz navegadores travarem em segundos, alerta pesquisador

Uma vulnerabilidade crítica no mecanismo de renderização Blink, usado pelo Chromium, está deixando diversos navegadores populares vulneráveis a travamentos quase instantâneos. A falha, descoberta pelo pesquisador de segurança Jose Pino, foi batizada de “Brash” — um nome que reflete seu potencial destrutivo e a rapidez com que consegue derrubar navegadores como Chrome, Edge, Brave, Opera e Vivaldi.

“Ela permite que qualquer navegador baseado no Chromium trave em 15 a 60 segundos, explorando uma falha arquitetônica na forma como certas operações do DOM são gerenciadas”, explicou Pino em sua análise técnica.

Como o ataque funciona

De acordo com o pesquisador, o Brash explora a ausência de limitação de taxa (rate limit) nas atualizações da API document.title. Isso permite que uma página maliciosa envie milhões de mutações do DOM por segundo, sobrecarregando a CPU até o navegador colapsar.

O ataque ocorre em três etapas principais:

  1. Geração de dados em memória — o script cria grande volume de informações temporárias;
  2. Injeção massiva de atualizações — as mutações são enviadas sem controle;
  3. Saturação da thread principal — o navegador para de responder, forçando o encerramento manual.

Um ponto especialmente preocupante é a possibilidade de agendar o ataque para horários específicos, transformando o Brash em uma espécie de “bomba lógica” digital.

“Essa capacidade de sincronização transforma o Brash em uma arma de precisão temporal”, alertou Pino.

Navegadores afetados

A vulnerabilidade atinge todos os navegadores baseados no Chromium, incluindo:

  • Google Chrome
  • Microsoft Edge
  • Brave
  • Opera
  • Vivaldi
  • Arc Browser
  • Dia Browser
  • Versões web de assistentes como ChatGPT Atlas e Perplexity Comet

Por outro lado, Mozilla Firefox e Apple Safari não são afetados, já que utilizam mecanismos diferentes (Gecko e WebKit, respectivamente).

Situação atual e medidas

Até o momento, o Google não se pronunciou oficialmente sobre o caso nem sobre planos de correção. O site The Hacker News, que divulgou o estudo, informou que entrou em contato com a empresa e aguarda retorno sobre as medidas de mitigação em andamento.

Enquanto isso, especialistas recomendam evitar o acesso a links desconhecidos e manter os navegadores sempre atualizados, especialmente os baseados no Chromium, até que uma correção definitiva seja lançada.