Os crimes cibernéticos bateram um novo recorde em 2024: mais de US$ 16 bilhões (cerca de R$ 90 bilhões) foram desviados por golpistas ao longo do ano, segundo dados divulgados pelo FBI. A quantia representa um crescimento expressivo em relação a 2023, quando os danos somaram cerca de US$ 12,5 bilhões.
O relatório foi elaborado a partir das denúncias recebidas pelo Centro de Reclamações de Crimes na Internet (IC3), que registrou cerca de 860 mil queixas no último ano. No entanto, o FBI acredita que o número real de vítimas e o valor total dos prejuízos podem ser ainda muito maiores, principalmente por conta de ataques de ransomware e fraudes que nem sempre são reportadas.
Golpes simples, prejuízos bilionários
Apesar do avanço das tecnologias utilizadas por cibercriminosos, o FBI afirma que boa parte do dinheiro roubado foi obtida por meio de técnicas relativamente simples, como:
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Phishing: envio de e-mails e mensagens falsas para capturar senhas, dados bancários ou informações pessoais;
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Vishing: golpes via ligações telefônicas, em que criminosos se passam por bancos ou instituições confiáveis;
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Roubo de identidade: uso indevido de dados pessoais para aplicar fraudes financeiras;
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Enganação emocional (golpes do amor): onde hackers se passam por parceiros românticos para obter dinheiro ou acesso a informações.
Além disso, os golpistas também têm se apresentado como falsos especialistas em investimentos, oferecendo “ajuda” para gerenciar finanças, ou ainda como suporte técnico falso, enganando usuários ao oferecer assistência remota para roubar credenciais.
Ransomware ainda preocupa — e é difícil de rastrear
Outro método citado no relatório é o ransomware, um tipo de ataque que bloqueia sistemas e sequestra arquivos por meio de criptografia. Os hackers então exigem resgates em dinheiro — geralmente em criptomoedas — para liberar o acesso. Segundo o FBI, essa é uma das modalidades mais difíceis de rastrear, e muitas empresas optam por não relatar esse tipo de ataque.
Alerta constante
O crescimento nos números reforça a importância de educar os usuários e empresas sobre segurança digital. O FBI recomenda:
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Desconfiar de contatos inesperados, especialmente os que envolvem pedidos de dados ou dinheiro;
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Verificar a autenticidade de e-mails, sites e telefonemas;
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Manter softwares e sistemas atualizados e protegidos com soluções de segurança;
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Não clicar em links desconhecidos ou baixar anexos suspeitos.