Celular Seguro: Bloqueio sem Volta

No último dia 19, o Governo Federal lançou o Celular Seguro, uma iniciativa destinada a bloquear dispositivos roubados, furtados ou perdidos, notificando empresas parceiras sobre esses incidentes. Ao testarem a eficácia do programa, alguns usuários descobriram que não só ele desempenha a função esperada, mas também não oferece uma opção de desbloqueio.

 

O funcionamento do Celular Seguro é simples: os usuários realizam um cadastro no aplicativo ou no site, fornecendo informações pessoais, número de telefone e IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel), que é o código identificador do dispositivo. Em seguida, é necessário cadastrar um número de confiança, sendo este o meio pelo qual o proprietário do aparelho pode bloqueá-lo quando necessário. Ao registrar uma ocorrência, o aplicativo suspende o funcionamento do dispositivo indicado.

 

No entanto, a simplicidade do processo levou alguns usuários a testarem o sistema. O problema é que os aparelhos efetivamente foram bloqueados, sem oferecer uma opção clara para desbloqueio. Relatos dessa experiência foram compartilhados nas redes sociais e nas lojas de aplicativos onde o programa está disponível gratuitamente.

 

Até o momento, o aplicativo e a versão web não apresentam uma opção para desbloquear o aparelho. O ministro da Justiça, Ricardo Cappelli, abordou a situação com bom humor, comparando-a a um seguro de carro: “Não é pra testar! Você fez o seguro do carro… vai bater no poste? Vai ficar ligando para o 190 para dizer que foi roubado, depois que não foi roubado?”, comentou.

 

O Celular Seguro opera como uma via de mão única, limitando-se a impedir o uso de um celular em casos de roubo, furto ou perda. Se os usuários conseguirem recuperar seus dispositivos, a responsabilidade recai sobre eles para entrar em contato com cada empresa individualmente, seja a marca do celular ou os aplicativos de banco bloqueados, a fim de liberar o aparelho.