Grok vira alvo de críticas após respostas que favorecem Elon Musk em comparações absurdas

A plataforma de inteligência artificial Grok, integrada ao X, voltou ao centro das discussões depois de apresentar um comportamento no mínimo estranho. Usuários perceberam que o chatbot passou a favorecer Elon Musk em praticamente qualquer comparação — mesmo quando as perguntas beiravam o absurdo. Como Musk é dono da x.AI, responsável pelo Grok, o episódio levantou suspeitas sobre vieses dentro do sistema.

As respostas problemáticas apareciam apenas nas interações públicas dentro do X, não nas conversas privadas com a ferramenta. Em um dos casos que viralizaram, o chatbot foi questionado sobre quem estaria em melhor forma física: LeBron James ou Elon Musk. A resposta surpreendeu ao tentar argumentar que o empresário superaria o atleta por enfrentar longas jornadas de trabalho e resistir à pressão constante.

Situações semelhantes foram registradas por usuários e compiladas pelo site The Verge. Nelas, o Grok escolhe Musk em comparações de humor com Jerry Seinfeld, sugere que ele ressuscitaria melhor do que Jesus e o iguala intelectualmente a Isaac Newton e Leonardo da Vinci. O comportamento rendeu piadas, com internautas fazendo perguntas cada vez mais absurdas — e recebendo Musk como resposta. Todas essas postagens foram posteriormente apagadas do perfil do bot.

Em meio à repercussão, Musk tentou levar a situação com leveza. Ele afirmou no X que o Grok havia sido “manipulado por estímulos adversários” para produzir comentários exageradamente positivos sobre ele. O bilionário não detalhou quais teriam sido esses estímulos, e as perguntas que circulavam publicamente não pediam nenhum comportamento específico além das comparações.

Vale lembrar que essa não é a primeira vez que o Grok sofre críticas por demonstrar afinidade com o próprio criador. Relatos anteriores já indicavam que a IA varria postagens de Musk no X para ajustar suas respostas, incorporando valores e opiniões expressas pelo empresário. Esse estilo provocativo é frequentemente defendido como parte do humor da plataforma, embora também tenha sido usado para justificar erros e polêmicas recentes.

O episódio reforça debates sobre transparência, viés algorítmico e responsabilidade no desenvolvimento de ferramentas de IA — temas que seguem no radar conforme essas plataformas ganham mais visibilidade e uso no cotidiano digital.