Golpes em alta: Meta vira terreno fértil para fraudes digitais no Facebook e Instagram

As redes sociais da Meta, especialmente o Facebook e o Instagram, estão sendo cada vez mais usadas por criminosos para aplicar golpes digitais em larga escala. Uma reportagem do Wall Street Journal revelou o tamanho do problema, mostrando como a empresa tem demorado a reagir, mesmo com inúmeras denúncias.

Golpes com anúncios falsos viram rotina

Um caso emblemático é o de Edgar Guzman, dono da Half-Off Wholesale. Há quase dois anos, ele vem enfrentando prejuízos à sua reputação por causa de anúncios fraudulentos que usam o nome e endereço da sua empresa para enganar consumidores com promessas de grandes descontos. Os compradores nunca recebem os produtos, e apesar das denúncias feitas à Meta, quase nada é feito para conter os golpistas.

E esse não é um caso isolado. Documentos internos e dados de bancos mostram que os ambientes das redes da Meta estão entre os principais canais de fraudes online.

Dados preocupantes

  • Segundo o JPMorgan, quase metade das fraudes no Zelle (um serviço de pagamentos dos EUA) entre 2023 e 2024 teve origem em plataformas da Meta.

  • Estudos internos da própria Meta indicam que até 70% dos novos anunciantes promovem golpes ou produtos de baixa qualidade.

  • O Marketplace do Facebook também virou um ponto crítico, com fraudes envolvendo vendas de filhotes e sorteios falsos em nome de grandes marcas, como a McCormick.

Por que a Meta não age com firmeza?

Apesar das evidências, a Meta reluta em tomar medidas mais rigorosas contra os golpistas. A justificativa? Medo de prejudicar sua receita publicitária, que cresceu 22% no último ano. Contas fraudulentas só são removidas após várias denúncias — em alguns casos, mais de 30.

Enquanto isso, consumidores relatam perdas financeiras e sensação de abandono por parte da plataforma.

Meta diz agir, mas documentos mostram o contrário

A empresa afirma estar investindo em ferramentas de IA, reconhecimento facial e parcerias com bancos para combater fraudes. No entanto, documentos internos revelam que, até recentemente, a Meta classificava golpes como problemas de “baixa gravidade”, com baixo investimento em soluções reais.

Além disso, em tribunais, a empresa nega qualquer responsabilidade legal sobre os golpes cometidos por terceiros em suas plataformas, gerando ainda mais críticas.

O que isso significa para o usuário?

Se você é usuário das redes da Meta ou investe em publicidade digital, é essencial redobrar a atenção com anúncios, verificar a reputação de vendedores e denunciar conteúdos suspeitos. Especialistas alertam: a falta de ação da Meta cria um ambiente propício para redes criminosas internacionais se espalharem.