Satirizando a TV com IA: “Marisa Maiô” viraliza com vídeos gerados por inteligência artificial

Um projeto inusitado vem chamando atenção nas redes sociais: o programa “Marisa Maiô”, uma sátira aos tradicionais programas de auditório, criada pelo ator e diretor Raony Phillips com o uso de inteligência artificial. Com visual realista e cenas propositalmente absurdas, a produção se tornou viral por sua estética excêntrica e humor exagerado.

Humor e IA em alta definição

O programa tem como protagonista a apresentadora fictícia Marisa, uma senhora que aparece sempre vestida com um maiô e faz perguntas e comentários surreais — como o já famoso: “Tem alguém da plateia para eu encostar essa frigideira quente nas costas?”. Com quadros típicos da televisão popular, como entrevistas, competições e até conselhos amorosos duvidosos, o conteúdo mistura humor ácido com a estética dos programas vespertinos da TV brasileira.

Apesar do visual altamente realista, é possível identificar o uso de IA principalmente pela fala das personagens e certos movimentos corporais. Essa mistura entre o real e o artificial tem contribuído para o sucesso do projeto, que se destaca por seu caráter experimental.

Como o programa é criado?

Raony revelou que utiliza os modelos Veo 2 e Veo 3, desenvolvidos pelo Google, para gerar os vídeos. Lançado recentemente, o Veo 3 é uma ferramenta de geração de vídeo baseada em inteligência artificial que se destaca pela qualidade visual e sonora. A tecnologia permite criar cenas complexas a partir de comandos textuais, incluindo:

  • Definição do cenário
  • Descrição de personagens
  • Objetos em cena
  • Figurino
  • Estilo de filmagem e enquadramento
  • Contexto narrativo

Com base nessas instruções, o modelo gera vídeos em alta resolução com movimentos fluidos e elementos visuais detalhados. O uso dessa ferramenta já tem ido além do entretenimento: uma prefeitura no Pará, por exemplo, utilizou o Veo 3 para criar um comercial completo de festa junina.

IA como ferramenta de criação cultural

“Marisa Maiô” é um exemplo claro de como as tecnologias de geração de vídeo por IA estão sendo usadas não apenas em aplicações técnicas, mas também na produção de conteúdo cultural e artístico. A possibilidade de criar programas inteiros a partir de descrições detalhadas transforma completamente o processo de produção audiovisual, tornando-o mais acessível, rápido e experimental.

O sucesso do programa também mostra que o público está aberto a consumir conteúdos que exploram os limites entre o real e o artificial — especialmente quando combinados com humor, crítica e criatividade.