A Rússia confirmou nesta quarta-feira (29) ter concluído com sucesso os testes do Poseidon, seu novo drone submarino nuclear. O anúncio foi feito pelo presidente Vladimir Putin, que classificou o resultado como “um enorme sucesso” e afirmou que o poder do dispositivo supera até o do míssil intercontinental Sarmat, conhecido no Ocidente como Satan II.
Um novo tipo de arma estratégica
O Poseidon é descrito como um super torpedo nuclear capaz de criar ondas radioativas gigantescas no oceano, o que, em teoria, poderia tornar cidades costeiras inabitáveis. A Rússia afirma que o dispositivo inaugura uma nova categoria de armamento de retaliação, graças à sua alta velocidade, grande profundidade operacional e capacidade de carga nuclear extrema — fatores que o tornariam praticamente impossível de interceptar.
Putin explicou que o teste incluiu o lançamento do Poseidon a partir de um submarino e a ativação de sua unidade de propulsão nuclear, que operou de forma autônoma por um período determinado.
“Pela primeira vez, conseguimos não apenas lançá-lo com um motor de propulsão a partir de um submarino portador, mas também ativar a unidade de energia nuclear na qual este dispositivo permaneceu por um determinado período de tempo”, declarou o presidente russo.
Escalada militar e tensão internacional
O sucesso do Poseidon foi anunciado na mesma semana em que a Rússia também realizou testes com o míssil nuclear Burevestnik, capaz de percorrer cerca de 14 mil quilômetros e voar por até 15 horas. Moscou o descreve como uma arma “invencível” e sem equivalente em todo o mundo.
Essas movimentações reacenderam as tensões com o Ocidente. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou os testes russos, afirmando que Moscou deveria focar em encerrar a guerra na Ucrânia em vez de expandir seu arsenal nuclear.
“Eles sabem que temos um submarino nuclear, o maior do mundo, bem próximo à costa deles”, disse Trump, em tom de advertência.
Uma nova fase da corrida armamentista
Os testes do Poseidon e do Burevestnik marcam uma nova etapa da corrida por superioridade militar nuclear, com a Rússia buscando consolidar sua posição estratégica diante dos EUA e da OTAN.
O avanço dessas tecnologias, que combinam autonomia, energia nuclear e poder destrutivo em larga escala, reforça o temor de que o cenário global esteja entrando em um novo ciclo de dissuasão e instabilidade, semelhante ao da Guerra Fria — só que com armas mais inteligentes e letais.