Polícia de Londres condena chinesa envolvida na maior apreensão de bitcoins do mundo

A Polícia Metropolitana de Londres anunciou, na última segunda-feira (29), a condenação de Zhimin Qian, também conhecida como Yadi Zhang e apelidada de “deusa da riqueza”, em um caso que já é considerado histórico. A operação resultou na maior apreensão de bitcoins em uma única investigação: cerca de 61 mil BTC, avaliados em aproximadamente R$ 40 bilhões pela cotação recente.

A empresária de 47 anos se declarou culpada por “adquirir e manter posse de criptomoedas obtidas ilegalmente” e foi sentenciada a seis anos e oito meses de prisão no Reino Unido.

O golpe bilionário

As investigações apontam que o esquema funcionou entre 2014 e 2017, atraindo vítimas com falsas oportunidades de investimento na China. O público-alvo incluía executivos, funcionários de bancos e membros do Judiciário, todos com idades entre 50 e 75 anos. Ao todo, 128 pessoas foram prejudicadas.

A fraude foi descrita como sofisticada e de larga escala, envolvendo movimentação de valores através de atividades de comércio e até a compra de imóveis com criptomoedas desviadas.

Como a operação chegou ao fim

A polícia britânica iniciou as apurações em 2018, enfrentando dificuldades para rastrear os fundos devido ao alto nível de anonimato das transações em blockchain. A ação contou com cooperação de autoridades chinesas e levou sete anos até a prisão da suspeita.

Zhimin Qian fugiu da China para o Reino Unido com documentos falsos, mas foi localizada em 2024. Outros envolvidos também foram capturados:

  • Seng Hok Ling, cidadão malaio, acusado de lavagem de dinheiro, preso em Derbyshire.
  • Jian Wen, já condenada por facilitar a movimentação de 150 bitcoins roubados e usar parte dos valores para compra de imóveis de luxo.

Durante as prisões, a polícia apreendeu dispositivos criptografados com carteiras digitais, dinheiro em espécie, ouro e mais criptomoedas.

O governo britânico pretende atuar para que parte dos valores seja devolvida às vítimas na forma de indenização. Apesar da condenação, o caso reforça a complexidade de rastrear grandes fraudes envolvendo criptomoedas, especialmente em operações transnacionais.