A Microsoft está sendo acusada de censura após bloquear o envio de emails que contenham as palavras “Palestina”, “Gaza” e até mesmo “Genocídio” entre seus funcionários. A denúncia foi feita pelo grupo No Azure for Apartheid, que acusa a companhia de silenciar trabalhadores palestinos ou aqueles que demonstram apoio à causa palestina.
Segundo Hossam Nasr, organizador do movimento, a medida representa “uma tentativa da Microsoft de silenciar a liberdade de expressão dos trabalhadores e é uma censura imposta pela liderança para discriminar os funcionários palestinos e seus aliados”. O bloqueio afeta tanto comunicações internas quanto externas, impedindo o envio e o recebimento de mensagens com esses termos.
Microsoft Justifica como Contenção de “Emails Políticos”
Em resposta ao site The Verge, a Microsoft confirmou ter implementado mecanismos para restringir o que classificou como “emails com foco político”. De acordo com a empresa, nas últimas semanas, uma quantidade significativa de mensagens com teor político foi enviada a dezenas de milhares de funcionários, e o bloqueio visa limitar esse tipo de comunicação, especialmente para quem não optou por recebê-la.
“Tomamos medidas para tentar reduzir o envio destes emails para aqueles que não optaram por recebê-los”, afirmou a Microsoft em nota.
Contexto de Pressão Interna
O bloqueio ocorre em meio a um ambiente interno de crescente tensão. Nos últimos meses, diversos funcionários boicotaram apresentações da empresa e protestaram contra lideranças da Microsoft, acusando a companhia de colaborar com o financiamento de Israel na guerra contra a Palestina.
Esse episódio amplia o debate sobre a liberdade de expressão nas grandes empresas de tecnologia, especialmente em relação a temas políticos e humanitários de grande impacto global. A medida também levanta questões sobre até que ponto companhias privadas podem ou devem intervir na comunicação de seus funcionários em nome da neutralidade ou da eficiência organizacional.