A italiana Leonardo revelou o “Domo Michelangelo”, um sistema de defesa inspirado no modelo israelense “Domo de Ferro”, mas projetado para atuar em múltiplos domínios e integrar tecnologias de ponta. A proposta combina sensores terrestres, navais, aéreos e espaciais, ferramentas de cibersegurança, inteligência artificial e centros de comando unificados. A ideia é oferecer uma camada de proteção capaz de responder a ameaças cada vez mais complexas.
O sistema cria uma espécie de cúpula digital que detecta, rastreia e neutraliza ataques em larga escala. A Leonardo afirma que o projeto cobre desde mísseis hipersônicos e enxames de drones até ameaças navais, subaquáticas e terrestres. A plataforma foi concebida para proteger territórios nacionais e áreas de alto valor estratégico, como portos, aeroportos, infraestruturas críticas e grandes centros urbanos.
A empresa descreve o Domo Michelangelo como um novo paradigma em defesa: ele integra ameaças heterogêneas dentro de uma rede unificada, conectando ar, mar, terra e espaço em um ambiente ciberseguro baseado em IA. A fusão de dados de sensores diversos, combinada com algoritmos preditivos, permite antecipar movimentações hostis e acionar automaticamente os recursos mais adequados. A arquitetura é aberta e compatível com padrões da OTAN, o que facilita a interoperabilidade com sistemas de outros países.
O nome Michelangelo foi escolhido para remeter à engenharia italiana e ao conceito de cúpula como símbolo de proteção e inteligência estrutural.
O movimento da Leonardo acontece em um momento de forte demanda por sistemas de defesa na Europa. A União Europeia lançou recentemente um programa de financiamento de US$ 173,5 milhões para modernização militar, enquanto a OTAN planeja elevar os gastos com segurança para 5% até 2035.
O setor vive um ano de valorização intensa no mercado financeiro. As ações da Leonardo subiram 77% desde janeiro. Outras fabricantes europeias também surfam a onda: BAE Systems avançou 42,7%, Rheinmetall disparou 148,9% e a francesa Thales cresceu 63,8%. Analistas destacam que o diferencial competitivo está migrando da infraestrutura física para a integração de redes e camadas digitais de comando. A visão que ganha força é clara: na guerra moderna, vence quem controla o fluxo de dados e decisões em tempo real.
Esse tipo de plataforma integrada tende a se tornar peça central nas estratégias de defesa dos próximos anos, especialmente em um cenário de ameaças distribuídas e ataques cada vez mais sofisticados.