Dois senadores dos Estados Unidos resolveram chamar a atenção para algo que parece ter ficado no esquecimento: a proteção das comunicações militares contra espionagem. Ron Wyden (Democrata) e Eric Schmitt (Republicano) estão pressionando o Departamento de Defesa (DOD) para que melhore a segurança das chamadas, mensagens e vídeos utilizados por seus profissionais.
O DOD ainda depende de tecnologias ultrapassadas, como telefones fixos e mensagens de celular sem criptografia. Isso tudo em um cenário onde hackers chineses, como o grupo Salt Typhoon, estão espionando grandes empresas de telecomunicação dos EUA — incluindo gigantes como AT&T e Verizon.
Os senadores destacaram o uso do SS7, um protocolo de telefonia com décadas de existência que é uma porta aberta para espionagem. Mesmo o sucessor do SS7, chamado Diameter, tem vulnerabilidades que ainda não foram corrigidas pelas operadoras. Resultado? Mesmo altos funcionários militares podem ser alvos de espionagem ao usar essas redes.
E não é só isso: o DOD admitiu que nunca desabilitou o roaming ou rejeitou tráfego baseado nesses protocolos, nem mesmo para militares localizados em países como Rússia e China — conhecidos por ataques cibernéticos agressivos.
Wyden e Schmitt pedem que o DOD renegocie contratos com as operadoras e exija melhores práticas de segurança, como auditorias frequentes e transparência. Hoje, o departamento depende exclusivamente de auditorias conduzidas pelas próprias empresas de telecomunicação, que são protegidas como informações confidenciais.
O que o DOD diz?
O órgão reconhece as falhas e diz que tenta proteger os dados em trânsito com criptografia, mas admite que “há limites” para as soluções atuais. Jeffrey Castro, porta-voz do regulador, confirmou que a carta dos senadores foi recebida e está sendo analisada.
Se até o exército mais poderoso do mundo está vulnerável a espionagem cibernética, imagina o resto! Esses ataques não só colocam informações sigilosas em risco, como podem comprometer operações militares inteiras.