EUA planejam adquirir participação de 10% na Intel em movimento histórico

O governo dos Estados Unidos pode se tornar sócio da Intel. O presidente Donald Trump afirmou que há um acordo preliminar para que o país adquira 10% da fabricante de semicondutores, notícia que fez as ações da empresa subirem mais de 7%. A informação foi revelada pela Bloomberg, mas até agora a Intel não comentou oficialmente o assunto.

Esse anúncio chega em um momento delicado para a companhia. O atual CEO, Lip-Bu Tan, está promovendo uma reestruturação que envolve o fechamento de divisões e cortes de pessoal, em busca de recuperar terreno frente a rivais como a Nvidia.

Nos bastidores, a relação entre Trump e Tan também tem sido turbulenta. Recentemente, o presidente pressionou pela saída do executivo por supostos conflitos de interesse. Após uma reunião, os dois chegaram a um entendimento, e Trump afirmou ter sugerido que os EUA se tornassem acionistas da Intel. Segundo ele, Tan aceitou considerar a proposta.

“Achei que seria bom os Estados Unidos serem parceiros da Intel. Ele concordou, e eu acredito que é um ótimo negócio para os dois lados”, disse Trump a jornalistas.

Um passo fora do padrão americano

Se confirmado, esse investimento representaria uma mudança importante na política econômica dos EUA. O governo raramente participa do capital de empresas privadas, exceto em situações emergenciais, como durante a crise financeira de 2008, quando assumiu temporariamente participações em bancos e na General Motors para evitar o colapso do sistema.

O plano é que a compra seja oficializada ainda nesta sexta-feira, em meio a outro movimento relevante: dias antes, o grupo japonês SoftBank anunciou um investimento de US$ 2 bilhões na Intel, adquirindo ações a US$ 23 cada.

Com o apoio do governo americano e de novos investidores internacionais, a Intel busca reforçar sua posição no mercado de semicondutores, setor cada vez mais estratégico em meio à corrida pela liderança em chips de inteligência artificial.