A computação quântica é frequentemente citada como uma possível ameaça aos sistemas de segurança digital atuais. Um novo alerta reforça essa preocupação: quebrar o algoritmo RSA pode ser até 20 vezes mais fácil do que se imaginava, segundo estimativas recentes. A notícia reacende debates sobre os riscos que essa tecnologia emergente pode representar para a criptografia que sustenta desde bancos e redes Wi-Fi até criptomoedas como o Bitcoin.
Quebra da criptografia ainda não é realidade
Apesar das projeções, especialistas apontam que computadores quânticos ainda estão longe de atingir a capacidade necessária para comprometer os principais algoritmos de segurança. Segundo Keith Martin, professor de segurança da informação na Royal Holloway University of London, os modelos atuais são experimentais e enfrentam grandes barreiras tecnológicas.
Hoje, o principal alvo da preocupação é a criptografia de chave pública, usada para garantir comunicações seguras na internet e autenticação digital. Já a criptografia simétrica, mais comum no armazenamento de dados, pode ser adaptada com mais facilidade para resistir a ataques quânticos.
NIST desenvolve padrões pós-quânticos
Diante do cenário incerto, o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA (NIST) lançou em 2016 uma iniciativa para criar novos padrões de criptografia capazes de resistir ao poder dos computadores quânticos. Os primeiros algoritmos foram selecionados em 2024, com soluções voltadas para troca de chaves e assinaturas digitais pós-quânticas.
Planejamento antecipado é essencial
No Reino Unido, o Centro Nacional de Segurança Cibernética recomenda que grandes organizações mapeiem seus sistemas criptográficos até 2028 e concluam a migração para tecnologias seguras contra a computação quântica até 2035.
Para Keith Martin, a ameaça não representa um colapso iminente, mas sim um desafio técnico que deve ser enfrentado com planejamento. “O importante agora é avaliar riscos, desenvolver alternativas e garantir uma transição segura”, afirma.
O que fazer agora?
Enquanto os avanços da computação quântica seguem em desenvolvimento, o público deve:
- Manter sistemas e softwares atualizados;
- Acompanhar orientações de segurança digital confiáveis;
- Evitar pânico, mas estar atento às mudanças no cenário de cibersegurança.
A computação quântica representa uma mudança significativa, mas não é uma ameaça imediata. A resposta está na preparação estratégica e na evolução das tecnologias de proteção digital.