A Activision, gigante do setor de games, precisou agir rápido ao suspender a versão para PC de Call of Duty: WWII, após relatos de que hackers estavam explorando uma falha crítica no jogo. O problema, segundo fontes ouvidas pelo site TechCrunch, foi tão sério que permitiu ataques diretamente aos computadores dos jogadores — um tipo de falha conhecida como execução remota de código (RCE).
Essa vulnerabilidade permitia que criminosos controlassem remotamente o dispositivo das vítimas, o que significa que, ao simplesmente jogar, algumas pessoas acabaram tendo seus sistemas invadidos. O caso envolveu especificamente a versão do jogo distribuída pela Microsoft Store e também disponível no Xbox Game Pass. Ambas foram rapidamente retiradas do ar pela Activision, que confirmou estar investigando o problema.
Apesar de não ter feito declarações públicas detalhadas, a empresa se manifestou de forma genérica sobre um “problema” sem entrar em pormenores — algo que gerou ainda mais especulação nas redes sociais. Em fóruns como o Reddit, jogadores alertaram uns aos outros sobre os riscos de continuar jogando. “O jogo não é seguro para jogar no PC agora”, disse um usuário, alertando sobre o exploit ativo.
Por que só uma versão foi afetada?
Segundo fontes ligadas ao caso, a falha de segurança explorada pelos hackers estava presente apenas nas versões do jogo distribuídas pela Microsoft Store e Game Pass — essas edições usavam um código antigo, já corrigido nas versões disponíveis em plataformas como o Steam.
Ou seja, embora o game seja o mesmo, as diferentes distribuições contam com variações técnicas que, nesse caso, fizeram toda a diferença para a segurança dos jogadores.
Um histórico preocupante
Essa não é a primeira vez que a franquia Call of Duty enfrenta problemas com cibersegurança. Em 2023, um malware autopropagante (conhecido como worm) foi usado para invadir sistemas de jogadores de Modern Warfare a partir de uma falha antiga. Já em 2024, um hacker encontrou uma vulnerabilidade no sistema antitrapaça da Activision, o que resultou no banimento de milhares de jogadores que, na verdade, eram inocentes.
Mais recentemente, no início de 2025, a empresa foi alvo de uma campanha de distribuição de malware do tipo infostealer, projetado para roubar senhas e outras informações sensíveis de quem jogava online.
Apesar de o setor de games estar reforçando suas áreas de cibersegurança — especialmente com a crescente popularidade dos jogos online — a Activision tem enfrentado cortes que atingiram justamente suas equipes de segurança. Isso levanta questionamentos sobre a capacidade da empresa em lidar com esse tipo de ameaça.
Ainda fora do ar
No momento, Call of Duty: WWII continua indisponível na Microsoft Store e no Game Pass, segundo a página de status da própria Activision. A empresa ainda não anunciou quando (ou se) a versão será restaurada.
O episódio serve como mais um lembrete de que, mesmo em jogos de grandes empresas, falhas podem colocar dados e dispositivos em risco. Manter softwares atualizados, usar boas soluções de segurança e, acima de tudo, ficar atento a alertas da comunidade são passos essenciais para quem joga no PC.