Brasileiros estão entre os mais vulneráveis a golpes online, aponta pesquisa

Os brasileiros continuam figurando entre os usuários mais expostos da internet, principalmente quando o assunto é segurança digital. É o que revela a edição 2025 do Teste Nacional de Privacidade (NPT), realizado pela NordVPN e divulgado na última terça-feira (16).

O levantamento mostra que o Brasil ficou abaixo da média global em todos os critérios analisados, alcançando apenas 54 pontos. O número representa queda em relação a 2024 (57 pontos) e 2023 (59 pontos). No ranking geral, o país aparece em 9º lugar, empatado com México e Argentina.

Onde o Brasil mais falha

A pesquisa identificou lacunas importantes no conhecimento dos brasileiros sobre cibersegurança:

  • A habilidade de reconhecer sites de phishing caiu de 34% para 27%;

  • A capacidade de agir corretamente ao receber alerta de login suspeito caiu de 87% para 82%;

  • Apenas 11% entendem os riscos de usar inteligência artificial no trabalho;

  • Só 13% sabem proteger corretamente a rede Wi-Fi doméstica;

  • O Brasil também tem o pior índice entre os três países latino-americanos avaliados sobre como reagir a alertas de ataque feitos pelos bancos.

Além disso, o relatório destaca que a maioria dos brasileiros (61%) se enquadra no perfil “Cyber Aventurer”: pessoas que até possuem um nível razoável de conhecimento, mas ainda falham em reconhecer ameaças e em como reagir a elas. O grupo dos “Cyber Tourists”, formado por quem reconhece alguns riscos, mas erra com frequência, cresceu de 22% para 29% em um ano. Já os “Cyber Stars”, considerados os mais conscientes, aumentaram discretamente de 7% para 8%.

Onde os brasileiros vão bem

Apesar das fragilidades, o estudo também trouxe pontos positivos:

  • 96% sabem criar senhas fortes;

  • 94% reconhecem ofertas suspeitas de streaming;

  • 93% entendem o impacto das permissões de aplicativos;

  • 86% conseguem identificar riscos de compartilhar dados de cartão ou informações sensíveis.

O cenário global

O estudo envolveu mais de 30 mil pessoas em 185 países, com base em três áreas principais: vida digital diária, consciência sobre privacidade e tolerância a riscos online.

Na liderança estão países como Lituânia (62 pontos), Singapura (61), Índia (61), Polônia (60) e Finlândia (60). O Brasil, mesmo mal posicionado, ficou à frente de nações como Espanha (52 pontos), Japão, Coreia do Sul e Itália (50 pontos cada).