Uma análise recente da empresa de cibersegurança Dr. Web revelou que os adwares continuam sendo a principal ameaça para quem usa dispositivos móveis, especialmente celulares com sistema Android. O levantamento, referente ao segundo trimestre de 2025, mostra que os cibercriminosos não só mantêm suas estratégias, como também estão inovando na forma de distribuir esses softwares maliciosos — e isso inclui o uso das próprias lojas oficiais de aplicativos.
O que são adwares e por que eles são perigosos?
Adwares são programas que se instalam no seu celular e passam a exibir anúncios de forma invasiva. Eles podem afetar o desempenho do aparelho, consumir mais bateria e dados móveis, e até redirecionar o usuário para sites fraudulentos com o objetivo de roubar informações pessoais.
O relatório mostra que muitos desses adwares estão sendo camuflados em aplicativos aparentemente inofensivos — como leitores de notícias sobre criptomoedas ou apps de finanças — disponíveis até mesmo na Google Play Store. Ao serem instalados, eles não entregam o serviço prometido, mas passam a coletar dados ou encaminhar o usuário para páginas perigosas.
Criminosos também estão de olho em criptomoedas
Além dos adwares, outro tipo de ameaça tem ganhado espaço: programas que atuam silenciosamente nos bastidores do celular, substituindo endereços legítimos de carteiras de criptomoedas por endereços fraudulentos. O objetivo é simples: desviar transferências de valores digitais para contas controladas pelos golpistas.
Esses apps maliciosos também são capazes de fazer capturas de tela no momento em que os dados são digitados, o que facilita o roubo de credenciais e outras informações sensíveis.
Espionagem disfarçada de app de mapa
Outro caso curioso e preocupante destacado pela Dr. Web envolve um spyware voltado à espionagem de militares russos. Esse software espião foi disfarçado como uma versão falsa do aplicativo de mapeamento Alpine Quest e distribuído via Telegram. Ele tinha a capacidade de rastrear localização, mensagens e contatos salvos no dispositivo das vítimas.
Nem a Play Store está 100% segura
Mesmo com o Google aumentando o nível de segurança na Play Store, a análise identificou um número maior de aplicativos maliciosos sendo aprovados na plataforma no segundo trimestre de 2025. Muitos desses apps são criados exclusivamente para aplicar golpes, sem oferecer nenhuma funcionalidade real ao usuário.
Isso mostra que baixar um app de uma loja oficial não garante total segurança, especialmente quando falamos de aplicativos novos, com poucos downloads ou avaliações duvidosas.
Como se proteger?
Diante desse cenário, a recomendação é redobrar a atenção antes de instalar qualquer aplicativo — mesmo vindo de uma fonte confiável como a Play Store ou App Store. Veja algumas dicas práticas:
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Leia as avaliações de outros usuários antes de baixar.
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Evite apps recém-lançados com poucos comentários.
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Desconfie de aplicativos que prometem ganhos fáceis ou funcionalidades milagrosas.
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Use um antivírus confiável e sempre atualizado.
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Fique atento às permissões que o app solicita. Um aplicativo de lanterna não precisa de acesso à sua câmera ou contatos, por exemplo.
E vale lembrar: embora os ataques estejam mais presentes no Android, usuários de iPhone também não estão totalmente imunes. É fundamental manter o sistema operacional sempre atualizado e evitar instalar apps desconhecidos ou fora da App Store.
A internet está cheia de recursos incríveis, mas também de armadilhas disfarçadas. Manter-se informado e cauteloso é a melhor maneira de proteger seus dados e sua privacidade no ambiente digital.