As senhas mais usadas no Brasil e no mundo em 2025 revelam um velho problema de segurança

Você consegue imaginar quais foram as senhas mais populares do Brasil e do mundo em 2025? Um levantamento divulgado pelas plataformas de segurança digital NordPass e NordStellar trouxe essa resposta — e o cenário segue longe do ideal.

Mesmo com anos de alertas sobre cibersegurança, sequências óbvias, curtas e amplamente conhecidas continuam dominando os cadastros online. O estudo reforça um ponto incômodo: a camada mais frágil da segurança digital ainda é o comportamento do usuário.

No recorte brasileiro, a senha mais encontrada foi “admin”, termo comum como configuração padrão em sistemas e roteadores. Já no ranking global, o primeiro lugar ficou novamente com “123456”. Curiosamente, ao comparar os dois cenários, as posições se invertem, mas o problema é o mesmo.

Em 2024, esse mesmo código numérico e variações como “qwerty123”, baseada na primeira fileira do teclado, já lideravam o ranking. Em 2025, pouca coisa mudou.

As senhas mais usadas no Brasil em 2025

De acordo com a análise, estas foram as 20 senhas mais comuns entre usuários brasileiros, listadas da menos para a mais recorrente nos dados avaliados:

  • 1q2e3e4r
  • 123123
  • 1234567890
  • 111111
  • escola1234
  • 1234567
  • mudar123
  • 142536
  • 22446688
  • password
  • gvt12345
  • 10203040
  • 123mudar
  • 12345678910
  • 12345
  • 123456789
  • 102030
  • 12345678
  • 123456

admin

Para chegar a esses resultados, a NordPass analisou bancos de dados vazados publicamente ao longo do ano e repositórios de senhas encontrados na dark web. A empresa afirma que nenhum dado pessoal foi coletado de forma ilegal ou associado diretamente a indivíduos.

Como parte dessas informações pode vir de cadastros antigos, algumas senhas refletem serviços que já nem existem mais. É o caso de “gvt12345”, referência a uma antiga operadora de internet descontinuada no Brasil.

O que o estudo revela sobre hábitos digitais

Além do ranking, o relatório traz padrões interessantes — e preocupantes — sobre o comportamento dos usuários ao longo do tempo.

A sequência “123456” liderou o ranking global em seis dos últimos sete anos analisados. A Geração Z, apesar de ter crescido em um ambiente digital, não se mostrou mais cuidadosa: as senhas mais usadas por esse grupo são muito semelhantes às adotadas por pessoas com mais de 70 ou 80 anos.

O estudo também aponta diferenças sutis entre gerações. Usuários mais velhos tendem a usar nomes próprios em suas senhas, enquanto os mais jovens preferem sequências numéricas, gírias ou expressões informais. Mesmo assim, ambos os padrões continuam fáceis de adivinhar.

Termos genéricos para senha seguem populares em vários idiomas, como “password” e “contraseña”. No Brasil, curiosamente, a palavra “senha” não apareceu entre as 20 mais comuns.

Outra tendência observada é o uso de letras maiúsculas e símbolos para cumprir exigências mínimas de segurança. O problema é que muitas dessas combinações continuam previsíveis, como “P@ssword”. Em casos ainda mais críticos, usuários utilizam o próprio nome do serviço como senha, como “netflix” para acessar a plataforma de streaming.

Um alerta que se repete

O levantamento de 2025 deixa claro que, apesar da evolução das ferramentas de proteção, práticas básicas continuam sendo ignoradas. Senhas fracas seguem sendo a porta de entrada preferida para ataques, vazamentos e golpes.

No fim das contas, a tecnologia avança rápido, mas a cultura de segurança ainda caminha em passos lentos. Enquanto isso não muda, listas como essa seguem se repetindo ano após ano.