Universidade da Pensilvânia sofre ataque hacker com e-mails falsos enviados a ex-alunos e funcionários

Na manhã de sexta-feira, a Universidade da Pensilvânia (UPenn) foi alvo de um ataque hacker que resultou no envio em massa de e-mails falsos a ex-alunos, estudantes, funcionários e membros da comunidade acadêmica. As mensagens, que se passavam pela Escola de Pós-Graduação em Educação (GSE) da instituição, foram enviadas de endereços oficiais da universidade, o que aumentou o impacto do golpe.

Os e-mails traziam um tom provocativo e ofensivo, afirmando que a universidade “não segue princípios de meritocracia” e que “adora infringir leis federais como a FERPA”, sugerindo o vazamento de dados. O texto também dizia: “Por favor, parem de nos dar dinheiro”, em um aparente esforço para influenciar ex-alunos a suspender doações para a instituição.

E-mails partiram de contas legítimas da universidade

Segundo relatos, diversos membros da comunidade da UPenn receberam as mensagens repetidas vezes, enviadas de contas reais com o domínio @upenn.edu, o que indica que as credenciais de e-mail da universidade foram comprometidas.

Em nota enviada ao TechCrunch, o porta-voz da UPenn, Ron Ozio, confirmou que a equipe de resposta a incidentes está atuando para conter o ataque.

“Um e-mail fraudulento, aparentemente originado da Escola de Pós-Graduação em Educação, está sendo disseminado. Trata-se claramente de uma mensagem falsa e ofensiva, que não reflete a missão ou os valores da Universidade da Pensilvânia”, declarou Ozio.

Contexto político pode estar ligado ao ataque

O episódio ocorre logo após a UPenn rejeitar publicamente uma proposta da Casa Branca, que buscava a adesão das universidades a um programa chamado “Pacto para a Excelência Acadêmica no Ensino Superior”. O plano, impulsionado pelo governo Trump, exigia mudanças controversas nas políticas internas das instituições — como o fim das ações afirmativas, limitação da matrícula de estrangeiros e imposição de políticas discriminatórias contra estudantes trans e não conformes com o gênero.

Além disso, as universidades que assinassem o pacto seriam obrigadas a congelar mensalidades por cinco anos, fornecer ensino gratuito em áreas de ciências exatas e retomar o uso obrigatório do SAT nos processos de admissão.

Em resposta à secretária de Educação Linda McMahon, o presidente da UPenn, J. Larry Jameson, publicou uma carta oficial reafirmando o compromisso da instituição com a diversidade e a liberdade acadêmica:

“Condições unilaterais entram em conflito com a diversidade de pontos de vista e com a liberdade de expressão, que são fundamentais para o papel das universidades em uma sociedade democrática”, escreveu Jameson.

Investigação em andamento

As autoridades universitárias continuam investigando como os invasores obtiveram acesso às contas institucionais e se houve vazamento de dados sensíveis.

Embora o ataque tenha um caráter político e simbólico, o caso serve como alerta para a vulnerabilidade de sistemas acadêmicos e a necessidade de reforço nas defesas de e-mail corporativo — especialmente em instituições frequentemente envolvidas em debates públicos e políticos.