Os golpes digitais não param de evoluir — e o mais novo recurso dos criminosos é o uso de torres falsas de celular, conhecidas como SMS blasters. Esses equipamentos funcionam como pequenas torres portáteis que conseguem enganar os celulares próximos, fazendo com que eles se conectem a elas. A partir daí, os golpistas disparam um volume gigantesco de mensagens SMS com links maliciosos.
Segundo a polícia da Tailândia, uma única torre desse tipo pode enviar até 100 mil mensagens em apenas um dia.
Torres que cabem em uma mochila
Antes, golpistas dependiam de listas enormes de contatos e disparos em massa pelas operadoras, que conseguiam barrar boa parte das tentativas. Agora, com as torres falsas, eles levam a estrutura junto: basta colocar o equipamento no porta-malas de um carro ou até dentro de uma mochila e circular por áreas movimentadas. Assim, os celulares próximos se conectam à falsa antena e recebem as mensagens.
Embora essa tecnologia tenha usos legítimos — como reforçar sinal em grandes eventos, situações de emergência ou locais remotos —, ela vem sendo cada vez mais utilizada de forma criminosa.
Como funciona o golpe
Essas antenas falsas (também chamadas CSS) emitem sinais que atraem os celulares próximos. O processo acontece em segundos e de forma invisível para o usuário:
-
O celular se conecta a uma rede 4G falsa.
-
O sistema força a migração para 2G, que é menos seguro.
-
A antena envia mensagens de SMS maliciosas em massa.
Mesmo sem grande conhecimento técnico, criminosos conseguem operar esses dispositivos e explorar vulnerabilidades das redes móveis.
Crescimento global do phishing por SMS
O golpe, inicialmente identificado no Sudeste Asiático, já se espalhou para a Europa e a América do Sul. No Brasil, a Anatel identificou que criminosos chegam a alugar apartamentos em andares altos para ampliar o alcance das torres e enviar mensagens fraudulentas.
Apesar dos esforços das operadoras — só a britânica Virgin Media O2 bloqueou mais de 600 milhões de mensagens falsas em 2025 —, os criminosos conseguem driblar as barreiras e alcançar os usuários com essa técnica.