Grupo hacker afirma ter derrubado sistema bancário do Irã em novo ataque cibernético

O grupo hacktivista conhecido como Predatory Sparrow, de orientação pró-Israel, afirmou na última terça-feira (17) ter realizado um ataque cibernético que comprometeu os sistemas do Banco Sepah, uma das principais instituições financeiras do Irã. A ação teria causado interrupções em larga escala no funcionamento do banco.

Em publicação feita na rede X (antigo Twitter), o grupo — que também atende pelo nome em persa Gonjeshke Darande — declarou ter destruído dados do banco, alegando que a instituição estaria envolvida em operações ilegais para financiar atividades militares do regime iraniano. Segundo o comunicado, o Banco Sepah teria burlado sanções internacionais e desviado recursos públicos para sustentar programas de mísseis balísticos, projetos nucleares militares e organizações classificadas como terroristas.

De acordo com a agência Iran International, diversas agências do Banco Sepah fecharam as portas após o ataque, e usuários relataram que não conseguiam acessar suas contas. Imagens compartilhadas por correspondentes internacionais mostraram caixas eletrônicos fora de operação com mensagens de erro em diversas cidades iranianas.

Apesar das alegações, o TechCrunch informou que não foi possível verificar de forma independente a autoria ou extensão do ataque. Tentativas de contato com o banco iraniano por e-mail não obtiveram retorno, e unidades internacionais da instituição também não se pronunciaram até o momento.

O ataque ocorre em meio ao aumento das tensões entre Israel e Irã, após uma série de ofensivas militares mútuas. O Predatory Sparrow já havia sido associado anteriormente a ciberataques significativos no Irã, incluindo ações contra uma siderúrgica — que teria resultado em incêndios — e contra a rede nacional de postos de combustíveis, provocando filas e escassez temporária de abastecimento.

Especialistas em segurança como John Hultquist, da Mandiant (Google), e Rob Joyce, ex-diretor da NSA, afirmam que o grupo tem histórico comprovado de ações com impacto real. Segundo eles, os métodos do Predatory Sparrow demonstram planejamento técnico avançado, diferindo de operações comuns de propaganda digital.

A autoria e o apoio por trás do grupo ainda são desconhecidos, mas o padrão das operações sugere envolvimento com interesses estratégicos em conflitos regionais e ciberespionagem.