Falha elétrica em Portugal e Espanha expõe fragilidade da infraestrutura energética na Europa

Um apagão de grandes proporções atingiu Portugal e Espanha na manhã desta segunda-feira (28), afetando sistemas de transporte, telecomunicações e serviços essenciais. Inicialmente, surgiram rumores de que a causa seria um ataque cibernético, mas autoridades rapidamente descartaram essa possibilidade. Segundo a operadora elétrica portuguesa REN (Redes Energéticas Nacionais), a falha teria origem na rede espanhola e estaria relacionada a um fenômeno atmosférico raro.

O que causou o apagão?

A REN atribuiu a interrupção ao que classificou como uma “vibração atmosférica induzida”, causada por variações extremas de temperatura no interior da Espanha. Isso teria provocado oscilações anômalas nas linhas de transmissão de 400 kV, comprometendo a estabilidade da rede elétrica.

Apesar da explicação inicial, a própria REN reconheceu em uma atualização que a causa exata do apagão ainda está sendo investigada. A previsão otimista do governo português é de que o fornecimento seja normalizado até o fim do dia, mas a operadora alerta que a restauração completa pode levar até uma semana.

Impacto além das fronteiras

Além de Portugal e Espanha, o blecaute afetou também partes da Alemanha, França e Marrocos, segundo o ministro da Coesão Territorial português, Manuel Castro Almeida.

Entre os efeitos imediatos, foram registrados:

  • Paralisação do transporte público (inclusive pessoas presas em vagões de metrô);

  • Queda de sistemas de comunicação e semáforos;

  • Interrupção de operações em hospitais e aeroportos;

  • Check-ins manuais e atrasos em voos;

  • Interrupção de eventos, como o jogo do Madrid Open de tênis, suspenso após falha em uma câmera.

Ciberataque descartado

Em meio às especulações, o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) de Portugal e a Comissão Europeia descartaram qualquer indício de ataque hacker ou ação coordenada. A vice-presidente da Comissão, Teresa Ribera, reforçou que não há evidências de sabotagem ou ataque deliberado.

Reflexão para o setor tecnológico

Apesar da negação de um ataque cibernético, o episódio reacende o alerta sobre a vulnerabilidade das infraestruturas críticas europeias — especialmente diante de eventos climáticos extremos e da crescente dependência digital de serviços públicos. Em um cenário onde a digitalização da energia e os sistemas inteligentes ganham espaço, resiliência e monitoramento contínuo se tornam essenciais.