A Microsoft começou a liberar, em modo de pré-visualização, o recurso Recall, uma ferramenta de inteligência artificial que registra capturas da tela do usuário em intervalos de poucos segundos. A proposta é permitir buscas rápidas por atividades passadas — como arquivos acessados, imagens vistas, e-mails lidos ou sites visitados.
O Recall está disponível inicialmente para quem possui dispositivos Copilot+ com IA, dentro do programa Windows Insider, voltado para testes de novas funcionalidades do Windows.
Recurso polêmico retorna com ajustes
Anunciado anteriormente, o Recall teve seu lançamento adiado após ser chamado por especialistas de “pesadelo de privacidade”, por conta do potencial de capturar informações sensíveis sem o devido controle. Agora, com novas configurações de segurança, ele retorna com a promessa de dar mais controle ao usuário.
Segundo a Microsoft:
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O recurso é totalmente opcional;
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É possível pausar ou excluir capturas a qualquer momento;
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Os dados são armazenados localmente, sem envio à nuvem;
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Apenas aplicativos autorizados podem ser monitorados;
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O acesso às capturas exige autenticação via Windows Hello.
A ideia é que o Recall funcione como uma memória inteligente do computador, facilitando a retomada de tarefas, localização de informações esquecidas ou identificação de conteúdos vistos anteriormente.
Questões éticas e regulatórias em foco
Apesar das medidas de proteção, o Recall ainda levanta bandeiras vermelhas entre especialistas em privacidade e segurança. O ativista e pesquisador Dr. Kris Shrishak alertou que a IA pode registrar mensagens privadas, dados sensíveis ou comunicações de terceiros sem consentimento, inclusive conteúdos projetados para serem temporários, como mensagens autodestrutivas.
O Information Commissioner’s Office (ICO) do Reino Unido informou estar acompanhando o caso, embora não aprove previamente ferramentas. O órgão afirmou esperar transparência e responsabilidade por parte da Microsoft quanto à proteção de dados dos usuários.
Por conta das exigências regulatórias mais rígidas, o Recall só deve chegar à União Europeia no final de 2025.