TikTok na Berlinda: EUA dão ultimato e possível venda agita o futuro do app

O TikTok está enfrentando um grande desafio nos Estados Unidos. O presidente Joe Biden assinou uma lei em abril que pode proibir o app de vídeos curtos no país, a menos que a ByteDance, sua controladora chinesa, abra mão do controle. A empresa tem até 270 dias para encontrar um comprador, mas está batalhando legalmente para impedir que essa lei entre em vigor. O tribunal começa a ouvir o caso em 16 de setembro.

Por que o TikTok está sob pressão nos EUA?

O Congresso está preocupado com a segurança dos dados dos usuários americanos. A lei chinesa exige que as empresas compartilhem dados com o governo quando solicitado, o que levanta suspeitas sobre possíveis abusos e riscos de espionagem. Temores de que a China possa usar o TikTok para manipular o conteúdo que os usuários veem e coletar dados sensíveis, como perfis detalhados de cidadãos dos EUA, foram determinantes para a aprovação da lei.

O que o TikTok diz sobre isso?

O TikTok reagiu com força, investindo mais de US$ 2 bilhões para isolar os dados dos usuários americanos. Em sua defesa, a empresa argumentou que essa é a primeira vez que o Congresso aprova uma lei que visa proibir uma única plataforma de mídia social para todo o país, o que, segundo eles, prejudica o direito dos americanos de participar de uma comunidade global.

Quem poderia comprar o TikTok?

Se a ByteDance for forçada a vender, encontrar um comprador não será fácil. Estima-se que o negócio do TikTok nos EUA valha entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões. Grandes empresas como Meta (dona do Instagram) e Alphabet (dona do YouTube) seriam compradoras lógicas, mas já enfrentam questões antitruste, o que as tira da jogada. A Oracle, que já é parceira do TikTok nos EUA, e a Microsoft, que tentou comprar o TikTok em 2020, são possíveis interessadas, mas ambas têm desafios financeiros e estratégicos a considerar.

E se o TikTok for banido?

Embora o TikTok seja enorme, com mais de 1 bilhão de usuários globais, os EUA são um dos mercados mais valiosos, especialmente para anunciantes. Perder o mercado americano seria um golpe significativo, não só em termos de receita publicitária, mas também no crescimento de iniciativas como o TikTok Shop, que mistura entretenimento e compras. A Meta, com seu Reels, e o YouTube Shorts provavelmente seriam os maiores beneficiados se o TikTok sair de cena.

As eleições podem mudar o jogo?

O futuro do TikTok nos EUA pode depender das eleições. O ex-presidente Donald Trump, que já havia tentado forçar a venda do TikTok em 2020, mudou de ideia e agora é contra a venda, complicando ainda mais o cenário para os republicanos. Ao mesmo tempo, candidatos como Kamala Harris criaram perfis no TikTok para alcançar eleitores jovens, o que torna a questão ainda mais sensível.

Além disso, a China já expressou sua oposição a uma venda forçada, o que pode afetar ainda mais as relações entre os dois países. Uma coisa é certa: o TikTok ainda tem um longo caminho pela frente antes que essa novela chegue ao fim.