Com a venda de títulos para investidores estrangeiros, o telegrama arrecadou US$ 1 bilhão, anunciou o fundador Pavel Durov, mas em fase de crescimento impulsionado por vários fatores como a pandemia, a recepção negativa dos termos de privacidade do WhatsApp, o que fez o mensageiro ser apresentado como uma solução mais “segura” que a concorrência com isso, acabaram chamando a atenção do mercado e levantando fundos imobiliários.
O montante de US$ 150 milhões partem do fundo soberano Mubadala Investment, holding estatal dos Emirados Árabes Unidos, e do Abu Dhabi Catalyst Partners em títulos conversíveis de 5 anos pré-IPO, esse modelo de investimento sobre empresas que ainda não abriram o seu capital na bolsa. No anúncio, a origem dos demais milhões de dólares não foi revelada, mas segundo Pavel Durov, a companhia negociou títulos com “alguns dos maiores e mais conhecidos investidores de todo o mundo”.
O valor investido pela Mubadala Investment é grande, mas não há confirmações se esta é a maior parte sob a posse de um mesmo cliente. O telegrama sinalizou que abrirá um escritório em Abu Dhabi logo após o acordo, para se consolidar nos Emirados Arabes Unidos e provavelmente, estreitamento de laços com um dos seus maiores investidores.
Uma parte dos valores arrecadado será investido em aprimoramentos para a plataforma e na manutenção de seu independência, explicou Durov. Tamanha quantia também servira para colocar projetos em prática, como o modelo de monetização sugerido pelo fundador em dezembro de 2020, necessário para manter a sustentabilidade de “um projeto deste tamanho”, adicionou.
O app de mensagem continuará indisponível para a venda e o produto pago pretende implementar “não será invasiva” embora, consista de um modelo de encaminhamento de propaganda através de canais. O dinheiro será devolvido para os usuários em forma de investimento em infraestrutura e em melhorias de uso geral do aplicativo, mas nenhuma delas foi especificada.
“Queremos que nossos milhões de criadores e pequenos empreendedores do Telegram prosperem, enriquecendo a experiência para todos os usuários”, disse Durov, ao justificar suas reflexões sobre modelos de monetização.
Os usuários poderão optar por não receber propagandas, segundo o fundador do telegrama, mas ele também acredita que “anúncios que respeitam a privacidade” são um bom caminho para abrir a monetização de canais. Esse modelo serviria como uma alternativa as doações e assinaturas, duas outras opções que também estão sendo trabalhadas e discutidas pela companhia, mas, além disso, o app continua com números grandes por causa das polémicas que envolvem seus concorrentes diretos. Desde quando o WhatsApp anunciou suas novas medidas de privacidade obrigatórias, o total de cadastros no Telegram continua crescendo e Atualmente, o mensageiro alternativo está em 45% dos celulares brasileiros, como indica a mais recente pesquisa do Opinion Box.
Os desdobramentos e reais ganhos desses investimentos milionários só serão observados nos próximos meses. A companhia se encontra em fase de discussão em vários temas relacionados à usabilidade geral do aplicativo, mas implementa novidades no mensageiro constantemente, como as salas de áudio no estilo do Clubhouse.