Na manhã desta sexta-feira (12), a Polícia Civil do Distrito Federal (DF) lançou uma operação, batizada de Vigília, com o objetivo de desarticular um grupo de hackers suspeitos de invadir sistemas do governo e realizar o roubo de credenciais e senhas. Segundo informações divulgadas pelas autoridades, os criminosos também teriam montado um banco de dados contendo 76 milhões de acessos, incluindo senhas privadas, que foram vendidas ilegalmente na internet.
A Operação Vigília revelou que o banco de dados dos criminosos continha não apenas credenciais e senhas privadas, mas também informações de órgãos governamentais. Entre os alvos dos ataques cibernéticos estão o Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal de Justiça do DF e o Ministério Público do DF.
De acordo com informações do G1, um dos membros do grupo hacker confessou que utilizava os dados roubados para cometer outros crimes, como extorsão, e que as informações eram comercializadas principalmente na plataforma Telegram.
Além do Distrito Federal, a Operação Vigília está cumprindo mandados de prisão preventiva, temporária e busca e apreensão em outros estados brasileiros, incluindo Feira de Santana (Bahia), Penalva (Maranhão) e Fortaleza (Ceará). Até o momento da publicação, duas pessoas, com idades de 22 e 24 anos, já foram detidas, uma no DF e outra em Feira de Santana.
A Polícia Civil do DF destacou que um dos hackers presos é apontado como a peça mais significativa do grupo, sendo responsável pela venda ilegal dos dados na internet. Este indivíduo já havia sido detido em 2020 e 2021 pela Polícia Federal por invasão a sistemas governamentais e é alvo de investigações por ataques cibernéticos internacionais em diversos países, incluindo República Dominicana, Trinidad e Tobago, Argentina, Tailândia, Vietnã e Nova Zelândia. Os computadores e celulares utilizados pelo hacker foram apreendidos e serão submetidos à perícia para determinar a extensão das invasões.