Tem uma certa ansiedade com a divulgação em definitivo do edital do 5G, o mercado aceita discutir ainda mais os termos propostos pela Anatel e criticados pela área técnica do Tribunal de Contas da União. Na parte das operadoras, mais importante do que a rapidez é que não haja mudanças que aumentem os preços, por enquanto acima de R$ 45 bilhões.
O presidente da Conexis o sindicato nacional das grandes teles, Marcos Ferrari resumiu “Sobre edital este ano, acreditamos que tudo tem seu tempo, tem sua hora. Se for necessário discutir mais o edital para que ele esteja completo, melhor. O fundamental é que o edital não tenha valores onerados e mantenha o perfil não arrecadatório, para que não tenhamos um retrocesso que supervalorize o valor das frequências, comprometendo a implantação da tecnologia”.
A votação no TCU foi marcada para 18/8 e o relatório da área técnica foi divulgado com várias críticas a proposta, na quinta-feira dia 12/8 o tema foi bastante discutido durante o Forum Proteste 5G, que teve a mediação do portal Convergência Digital. Prevaleceu uma visão de quanto mais rápido melhor. Mas de acordo com o representante das operadoras, discutir sobre o tema é bom, mas desde que se mexa no preço, a não ser que seja para reduzir.
Ferrari, completou “Qualquer movimento de aumento no valor da frequência é equivocado. O edital foi bastante discutido, e ainda está sendo. Dessa forma, algum avanço que permita flexibilidade na limpeza da faixa seria ideal para também avançarmos nos investimentos do 5G”.
O presidente da Abrintel, Luciano Stutz, da mesma forma reforçou o aspecto da valoração e do modelo, e disse “O relatório técnico aponta alguns pontos que exigem maior discussão, os compromissos da rede privativa do governo, a rede da Amazônia e a conversão do sinal das parabólicas. Se for necessária uma discussão mais ampla para termos um edital melhor, ótimo”.
o presidente da Associação Brasileira para Infraestrutura em Telecomunicações, emendou “Mas isso não pode levar a data de implementação dessa rede para longe. Porque isso impacta na nossa competitividade. Cada coisa no seu tempo, mas quanto antes, melhor”.
No lado dos fornecedores, o aspecto fundamental a ser preservado é a promessa de um leilão não arrecadatório ou quase. O seguimento naturalmente prefere vender equipamentos o mais cedo possível. Mas como foi apontado pela diretoria de relações governamentais da Ericsson, Jacqueline Lopes, previsibilidade é chave.
“Para que os investimentos tenham efetividade, é importante que aconteçam o mais rápido possível. Mas a previsibilidade é fundamental. Um ponto muito importante é que no final das discussões permaneça um formato não arrecadatório, inédito no Brasil. Calculamos que um aumento de 10% de dispositivos conectados até 2025 pode aumentar a arrecadação no Brasil em R$ 26 bilhões. Portanto, mesmo esse formato contribui para a arrecadação e permite mais investimentos.”