No domingo, dia 21 o NSO Group em seu dite anunciou que “uma reorganização em toda a empresa examinará todos os aspectos de seus negócios”. Para dar o início na reorganização, o CEO e criador do famoso spyware Pegasus, Shalev Hulio está deixando o cargo, passando as operações do grupo inclusive a reestruturação para o atual COO Yaron Shohat.
Segundo a publicação, as mudanças farão com que as operações do NSO se concentrem prioritariamente nos países da Otan, e provavelmente são uma consequência das pressões dos governos ocidentais e de outras empresas de tecnologia.
Em novembro de 2021, depois que jornalistas, grupos de ativistas e políticos de oposição de 50 países divulgaram ocorrências de espionagem de seus smartphones, inclusive no Reino Unido e EUA, o governo de Joe Biden resolveu incluir o NSO na sua temida “Lista de Entidades”, que proíbe, na prática, que empresas americanas negociem com a israelense.
A Apple entrou com uma ação judicial contra a fabricante do Pegasus, alguns dias depois da proibição, responsabilizando-a pela espionagem feita por diversos governos do mundo em dispositivos da Apple. A Big Tech; por isso, visa proibir na justiça que o desenvolvedor do spyware use seus produtos em futuras pesquisas.
O NSO Group tenta manter as aparências. O CEO, Yaron Shohat, disse que “os produtos da empresa continuam em alta demanda por governos e agências de aplicação da lei por causa de sua tecnologia de ponta e capacidade comprovada de ajudar esses clientes no combate ao crime e ao terror”. Mesmo sabendo que alguns clientes fazem mau uso do software, o CEO garante que as tecnologias serão “usadas para fins legítimos e dignos”.