O australiano Jacob Wayne John Keen está sendo acusado por suposto envolvimento na criação e venda de um spyware usado por criminosos em violência doméstica e abuso infantil. Conforme a Polícia Federal Australiana (AFP), Jacob, que mora em Frankston, Melbourne, foi o responsável por criar o trojan de acesso remoto (RAT, em inglês) em sua adolescência.
De 2013 até 2019 Jacob teria trabalhado como administrador da ferramenta. A AFP em comunicado à imprensa, disse “O homem de Frankston se envolveu com uma rede de indivíduos e vendeu o spyware, chamado Imminent Monitor (IM), para mais de 14.500 indivíduos em 128 países”. Essa acusação de Jacbo é parte da investigação de codinome “Cepheus”, que teve início em 2017, depois uma denúncia de “RAT suspeito” da empresa de cibersegurança “Palo Alto Networks” e dos Estados Unidos através do FBI.
A operação até o momento, teve 85 mandados de busca executados em todo o mundo. Cerca de 434 dispositivos recolhidos por agências de policiais europeias e 13 pessoas envolvidas com a distribuição ou comércio desses malwares foram presas.
Uma estimativa feita pela polícia da australiana informou que há milhares de vítimas em todo o mundo, sendo 44 delas em território australiano.
Mais de 200 pessoas compraram o RAT em território australiano e 14,2% foram identificados como responsáveis por violência doméstica. Um dos compradores estava registrado no Child Sex Offender Register, ferramenta utilizada para ajudar a prevenir e evitar reincidência de abusos sexuais a crianças na Austrália.
O comandante de operações de crimes cibernéticos da AFP ,Chris Goldsmid, disse “Infelizmente, existem criminosos que não apenas usam essas ferramentas para roubar informações pessoais para ganho financeiro, mas também para crimes muito intrusivos e desprezíveis”.
A estimativa é que o software malicioso era vendido por cerca de 35 dólares australianos. O que rendeu aos criminosos entre 300 a 400 mil dólares.
Conforme a polícia, o spyware é distribuído por e-mail, e consegue registrar teclas digitadas e gravações das webcams e microfones nos computadores e celulares das vítimas.
Goldsmid, informou “Esses tipos de malware são tão nefastos porque podem fornecer ao criminoso acesso virtual ao quarto ou à casa de uma vítima sem o seu conhecimento”.