Na Conferência de Segurança de Munique realizada dia 16, uma série de gigantes da tecnologia, incluindo Microsoft, Meta, Google, Amazon, Adobe e IBM, uniram forças para enfrentar a ameaça crescente dos deepfakes relacionados às eleições. O acordo, assinado por um total de dezenove empresas e plataformas, visa adotar uma abordagem comum para lidar com deepfakes gerados por inteligência artificial (IA) com a intenção de enganar os eleitores.
O compromisso inclui a implementação de métodos para detectar e rotular deepfakes políticos enganosos, bem como a partilha de melhores práticas entre as empresas signatárias. Além disso, as empresas concordaram em fornecer respostas rápidas e proporcionais quando deepfakes começarem a se espalhar, mantendo transparência com os usuários sobre suas políticas em relação ao conteúdo eleitoral enganoso.
Embora algumas vozes críticas sugiram que o acordo é pouco mais do que uma demonstração de virtude, já que suas medidas são voluntárias, o movimento reflete a crescente preocupação no setor tecnológico em relação às possíveis regulamentações eleitorais. Com 49% da população mundial programada para participar de eleições nacionais este ano, as empresas reconhecem a importância de agir contra deepfakes para proteger a integridade dos processos eleitorais.
Brad Smith, vice-presidente e presidente da Microsoft, destacou a necessidade de cooperação multissetorial para proteger as eleições contra abusos eleitorais. Ele ressaltou que a proteção das eleições exigirá esforços conjuntos de todos os envolvidos.
Nos Estados Unidos, embora nenhuma lei federal proíba especificamente deepfakes, dez estados já promulgaram estatutos que os criminalizam, com Minnesota liderando o caminho. Agências federais também estão tomando medidas para combater a disseminação de deepfakes, como a FTC e a FCC.
Na União Europeia, a Lei da IA exige que todo conteúdo gerado por IA seja rotulado como tal, enquanto a Lei dos Serviços Digitais visa restringir deepfakes de várias maneiras.
Apesar das medidas tomadas, a proliferação de deepfakes continua, com um aumento significativo ano após ano. Recentemente, chamadas automáticas de IA imitando a voz do presidente dos EUA, Joe Biden, foram usadas para desencorajar a participação nas eleições primárias de New Hampshire.
Uma pesquisa recente revela que a maioria dos americanos está preocupada com a disseminação de deepfakes, destacando a urgência de medidas eficazes para combater essa ameaça à integridade das eleições. Com o ciclo eleitoral de 2024 se aproximando nos EUA, o desafio de enfrentar deepfakes se torna ainda mais premente.