Um aumento significativo de ataques no metaverso, incluindo casos de assédio e agressão sexual, está gerando preocupação entre autoridades policiais e ativistas por direitos digitais, conforme reportagem do The Washington Post.
O relato de Nina Jane Patel, 45 anos, pesquisadora de realidade virtual e consultora do Projeto Abuso Zero, ilustra a gravidade do problema. Em 2021, Patel viveu um incidente traumático quando três avatares masculinos a cercaram e a atacaram em Horizon Venues, da Meta. Patel descreveu a experiência como extremamente desconfortável, desencadeando uma resposta de luta ou fuga em seu corpo físico.
O crescimento do metaverso como uma nova plataforma computacional, impulsionado por investimentos bilionários de empresas como Meta e Apple, aumenta o risco de comportamentos abusivos semelhantes aos enfrentados na indústria de videogames. Diante do crescente número de relatos de abusos, organizações como a Interpol e o Departamento de Justiça dos EUA intensificaram os esforços para lidar com o problema. Em 2023, a Interpol fez um apelo para que as forças policiais globais desenvolvam protocolos específicos para crimes de realidade virtual.
O Departamento de Justiça dos EUA financiou workshops, ministrados pelo Projeto Abuso Zero, para explicar o metaverso e seus perigos à polícia estadual e local. No entanto, a criminalização de ataques no metaverso apresenta desafios significativos. A imersão proporcionada por esses ambientes virtuais pode tornar os ataques online extremamente realistas, especialmente com dispositivos que oferecem experiências de áudio imersivas e rastreamento ocular. No entanto, a definição legal de agressão sexual ou estupro muitas vezes exige evidências físicas do crime, tornando difícil para autoridades e tribunais chegar a um consenso sobre casos virtuais.