O presidente do sistema da Universidade da Carolina do Norte (UNC), Peter Hans, revelou um plano para vetar o uso de aplicativos sociais anônimos em todos os campi universitários. A medida afetará 16 universidades, incluindo a UNC Chapel Hill, NCSU e UNC Charlotte, bem como uma escola secundária residencial pública que faz parte do sistema UNC.
Hans justificou a proibição em uma carta enviada ao Conselho de Governadores da UNC, argumentando que essas plataformas locais demonstraram desrespeito pelo bem-estar dos jovens e indiferença ao bullying e ao mau comportamento. Ele também apontou que esses aplicativos ignoram problemas como assédio sexual, insultos raciais e tráfico de drogas.
Os aplicativos sociais anônimos são conhecidos por atrair usuários mais jovens e por facilitar comportamentos inadequados, como intimidação e assédio online. Hans comparou esses aplicativos a uma versão moderna dos rumores cruéis escritos nas paredes dos banheiros, mas com um alcance muito maior.
Embora muitos desses aplicativos tenham como alvo os jovens universitários e tenham sido amplamente adotados, eles também foram frequentemente associados a conteúdo prejudicial. Hans admitiu que desconhecia esses aplicativos até ser alertado por um grupo de presidentes de organismos estudantis.
Essa não é a primeira vez que aplicativos sociais anônimos enfrentam problemas. O Yik Yak, por exemplo, já encerrou suas operações uma vez, mas ressurgiu sob nova propriedade em 2021. No entanto, essas tentativas raramente resultam em negócios sustentáveis devido ao conteúdo tóxico que frequentemente abrigam.
Com a UNC tomando medidas para proibir esses aplicativos em sua rede, pode ser o começo do fim para esse conjunto atual de plataformas. Hans afirmou que, embora os estudantes ainda possam acessar esses aplicativos por meio de redes móveis ou Wi-Fi, a proibição é uma tentativa de desencorajar seu uso e os comportamentos prejudiciais associados a eles.
A decisão da UNC de proibir esses aplicativos surge após uma palestra do psicólogo social Jonathan Haidt, da NYU, que destacou a necessidade de fazer escolhas diferentes em relação ao uso da tecnologia. Hans espera que essa ação leve a uma reflexão mais profunda sobre o tempo gasto pelos alunos online e o tipo de comunidade que desejam cultivar.
Os aplicativos mencionados foram contatados para comentar, mas até o momento não responderam. No entanto, alguns deles já enfrentaram problemas semelhantes em outras universidades, o que pode indicar um futuro desafiador para essas plataformas. O plano de bloqueio dos aplicativos nos campi da UNC ainda está em desenvolvimento, sem um cronograma definido para sua implementação.