Na quarta-feira dia 20, a Justiça Federal do Espírito Santo determinou a entrega de dados dos grupos e pessoas suspeitas de planejar os ataques e ameaçou a plataforma com suspensão e multa diária de R$ 100. A empresa inicialmente não cumpriu a determinação judicial e o governo federal instaurou um processo administrativo contra o Telegram.
O Telegram resolveu cooperar e entregou para a Polícia Federal as informações sobre grupos neonazistas suspeitos de planejar ataques a escolas. A empresa foi intimada a enviar os dados depois que a investigação sobre o ataque a duas escolas em Aracruz (ES) identificou que o responsável, um adolescente de 16 anos, participava de grupos com conteúdo antissemita.
Criada para apurar ameaças a escolas, a Operação Escola Segura, investiga a participação de 1.732 perfis suspeitos de participação no planejamento dos ataques às escolas. Até a sexta-feira dia 21, foi registrado pela força-tarefa a prisão ou apreensão de 302 pessoas. A iniciativa envolve ações de inteligência, investigação e prevenção, além de denúncias da sociedade civil.
Crescimento de ataques nas escolas
No atual momento o Brasil vive um aumento de ataques a escolas, somente nesse ano de 2022 e 2023, o número de ataques já supera o total registrado nos 20 anos anteriores. Vários casos foram registrados nos últimos meses, incluindo o ataque e duas escolas em Aracruz (ES), que deixou quatro mortos e 13 feridos e a uma creche em Blumenau (SC), que deixou quatro crianças mortas.
Algumas pesquisas realizadas pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apontam que a maioria dos agressores são jovens do sexo masculino, vítimas de bullying e com possíveis transtornos mentais. Muitos são influenciados por comunidades online que incentivam a violência e a misoginia.