Rede de internet orbital de Elon Musk poderia “detectar” serras elétricas ilegais na Amazônia

O governo do Brasil debate parcerias com empresas estrangeiras para poder utilizar em solo nacional tecnologias que oferecem conectividade para áreas rurais e mais isoladas dos centros urbanos, a partir dos satélites de baixa órbita.

A Starlink é uma das empresas que o governo está negociando, seu dono é o bilionário fundador da SpaceX, Elon Musk. Fábio faria ministro das comunicações esteve reunido com o empresário na segunda-feira dia 15 de novembro, durante uma viagem feita a Austin, no Texas EUA.

Na rede do ministro, foi divulgado o encontro, que em video acompanhando do empresário, disse sobre a necessidade de conectar escolas rurais, além da oportunidade de controlar a preservação da Amazônia a partir do uso desses satélites.

A Internet da Starlink, funciona enviando informações através do vácuo do espaço, onde se desloca mais rapidamente do que em cabos de fibra óptica, o que a faz mais acessível a mais pessoas e locais, de acordo com a pasta comandada por Faria, o uso dos satélites para preservação da Amazônia viria do monitoramento de desmatamentos e incêndios legais.

Faria afirmou, para quem os cerca de 4500 satélites, que orbitam em baixa altitude das empresas de Elon Musk, podem auxiliar nessas iniciativas “Estamos trabalhando para fechar essa importante parceria entre o governo brasileiro e a empresa SpaceX. Queremos aliar a tecnologia desenvolvida por eles com o programa Wi-Fi Brasil do Ministério das Comunicações. O nosso objetivo é levar internet para área rurais e lugares remotos, além de ajudar no controle de incêndios e desmatamentos ilegais na floresta amazônica”

Para obter a licença e operar a tecnologia no Brasil, a Starlink já entrou com um processo na agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Segundo a pasta, a outorga de landing rights (permissão para usar satélite em algum país) em baixa órbita não exige licitação, sendo um processo administrativo de coordenação realizado pela Anatel.

Musk ao lado do ministro, afirmou “Estamos ansiosos para fornecer conectividade para as pessoas no Brasil que têm dificuldade para se conectar, especialmente para escolas e unidades de saúde em áreas rurais”

A maioria dos serviços de Internet por satélite atuais são apenas possibilitados por satélites geoestacionários simples que orbitam o planeta a cerca de 35 mil km de latitude, a Starlink é uma constelação de vários satélites que orbitam o planeta terra a uma distância mais próxima da Terra, a cerca de 550 km. o tempo de envio e recepção de dados entre o usuário e o satélite – a latência – é muito menor do que com satélites em órbita geoestacionária, já que estão em baixa órbita, diz a empresa.

Não é apenas a empresa de Elon Musk que está na jogada. Durante viagem à Escócia para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021 (COP-26), Faria se reuniu com representantes da OneWeb, empresa de satélites britânica. Logo após, o ministro afirmou que, mesmo havendo a previsão de levar internet à região amazônica com preservação do meio ambiente por meio cabos de fibra óptica subfluvial, as conexões satelitais ainda seriam “extremamente necessárias”.

Disse Faria”Preservar a Amazônia é uma prioridade do governo brasileiro e das políticas de comunicação, por mais que levemos redes ópticas através de cabos subfluviais a região, conexões satelitais ainda serão extremamente necessárias, por isso as nossas reuniões com OneWeb e SpaceX”.

Ministério das Comunicações questionado pela reportagem o sobre o investimento previsto nas parcerias com as empresas, assim como a previsão de quando os negócios seriam fechados, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.