Criminosos estão conseguindo desbloquear qualquer modelo de iPhone para roubar contas bancárias

A polícia paulista em uma das suas maiores operações desencadeada  contra quadrilhas especializadas em invadir contas bancarias, logo após furto de smartphone, a operação foi realizada no final de 2020, os policiais escutaram de um criminoso algo que parecia impossível: ”Consigo desbloquear todos os modelos de iPhone, do 5 ao 11”.

Conforme os investigadores contam, os  melhores especialistas em segurança de sistemas e técnicos forenses, admitiram em ter falhado nas tentativas de invadir celulares bloqueados e principalmente em acessar contas bancarias pelo app, pós as senhas não eram salvas nos aparelhos.

Enquanto os técnicos falhavam, notícias de vítimas em São Paulo que tiveram suas contas bancarias esvaziadas após terem os celulares roubados, entre eles casos em que o aparelho levado estava com a bateria totalmente descarregada.

Os policiais do Departamento Estadual de Investigação Criminais (DEIC) realizaram uma prisão, colocando fim em uma parte das dúvidas. E sim, os bandidos conseguiam desbloquear todos os iPhones até o 11.  O delegado Fabiano Barbeiro, é o responsável pela prisão da quadrilha, eles utilizavam uma técnica que era muito simples do que poderíamos pensar ”Em resumo, ele não tem nenhum grande esquema de desbloqueio do iPhone.”

Para conseguir desbloquear os aparelhos, ele retirava o chip do aparelho furtado e inseria-o e um outro aparelho desbloqueado, em sequência, fazia pesquisa nas redes sociais como Facebook e Instagram para saber qual conta estava vinculado aquele número e linha. Depois passava a procurar o endereço de email que a vítima usava para fazer o backup dos dados do aparelho, especialmente em nuvens a iCloud e Google Drive, procurando primeiro pelas extensões @gmail.com.

Ao conseguir baixar as informações da nuvem no novo celular, começavam a procurar  informações ali, ligadas a palavra “senha”, e segundo o bandido, obtém geralmente os números e acesso do celular e das contas bancarias. Após conseguirem as informações, devolvia o chip para o aparelho da vítima e, com as senhas em mãos, repassava o aparelho para outro membro da quadrilha responsável pelo acesso às contas e transferências de tudo o que conseguir para contas bancarias de laranjas.

Um técnico de informática de 22 anos cujo nome não foi divulgado pela polícia, é o suspeito, ele ainda disse que aprendeu a abrir celulares na região central de São Paulo, uma região próximo da Santa Efigênia, disse também que ao menos três pessoas dão aulas disso para criminosos interessados em aplicar golpes com celular.

Os policiais civis conseguiram descobrir também com o técnico criminoso que na mesma região há um grupo de nigerianos conhecidos por terem muitos aparelhos receptados e  também terem softwares capazes de desbloquear os celulares, uma forma diferente da utilizada pelo técnico.

Nessa operação 12 pessoas foram presas e 28 identificadas como integrantes do esquema. De acordo com o governo paulista, a polícia civil tem 12 inquéritos em andamento na capital e no interior.

Alguns policiais foram ouvidos pela Folha, que participam de outras investigações, os criminosos preferem celulares já destravados, e que costumam pagar até maiores voleres para os celulares furtados pelo chamado “tapa”. São quando os jovens de bicicleta passam e levam os celulares quando estão  sendo utilizados pela vitima. Esse criminoso mantem o aparelho aberto ao ligar o modo câmera do celular, o que impede o travamento automático, e também acionam o modo avião, que evita o rastreamento.

Os policiais ouvidos pela reportagem afirmam que as invasões mais complexas estão sendo estudadas. Uma reportagem publicada pela Folha, mostra que esse tipo de crime tem preocupando a polícia e os setores de serviços ligados as empresas de telefonia e bancaria, por causa de ressarcimento e ações judiciais.

O Procon de São Paulo vem cobrando medidas dessas empresas e tem mantido programas de orientação dos consumidores. A empresa Apple informou que não comentaria sobre o caso,  é a mesma resposta dada pela empresa desde o início.

A folha identificou 8 vitimas que tiveram suas contas bancarias invadidas por criminosos e  delas tinham iPhone modelos 10 e 11.

A Febraban repete que os aplicativos dos bancos “contam com elevado grau de segurança desde o seu desenvolvimento até a sua utilização, não existindo registro de violação dessa segurança”.

“Para que os app bancários sejam usados, há a obrigatoriedade do uso de senhas pessoal do cliente. Os dados de uso de app, bem como senha do cliente, jamais são armazenados pelos app dos bancos nos celulares dos clientes”.